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OS AMANTES ( PARTE IV )
Os amantes se plantam numa safra de instantes. Junto à terra porejam, junto ao pólen de vozes e semanas e são juncos, correntes, verdejantes prados. Os amantes pelo tato se aguçam, frágil bússola de numes esquecidos, portulano de sonos e de sinos. Os amantesse plantam e cavando o limite se destinam entre silos e sílabas. Entregam colheitas e vivendas num rebelde sorriso. Os amantes de amar ficam mais vivos, de se adentrar na terra, mais cativos. E sólidos no esteio das nascentes que desembocam neles: humanos, inocentes. Os amantes se plantam, trigo e de plantar, amando, cobiçaram tornar-se a terra e estar ao mesmo nível. Carlos Nejar
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