segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

oi gente!


Negrito

Nessa semana meus olhos bateram que por acaso, num texto escrito no século XVII pelo padre Antõnio Vieira, considerado o maior orador do barroco no Brasil e em Portugal, o maior da lingua portuguesa e um dos maiores da cultura ocidental.É um fragmento do "Sermão do Mandato" e cujo tema é bem atual; o Amor. Resolvi compartilhar com voces.


O primeiro rémedio que diziamos, é o tempo.Tudo cura o tempo,tudo faz esquecer,tudo gasta, tudo digere,tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera? São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como linhas, que partem do centro para a circunferência, que quanto mais continuadas, tanto menos unidas.Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino;porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afroxa-lhe o arco, com que já não atira.embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença, é porque o tempo tira a novidade às cousas,descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar, e o de ter amado muito, de amar menos.


E então o que voce achou? Voce também acha que não exista amor que não resista ao tempo? Deixe sua opinião, faça seu comentário. Um grande abraço.

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