Os amantes se trançam na esperança,
nos rasos da esperança, nos vazios.
E fatigam-se nela, reinventando
de seu feroz novelo
um outro sempre, um outro
de feltro ou mais ameno.
E não deixam que o dia
e seus fragmentos
mudem na praça,
o roseiral da espera.
Nem deixam que a lua
seja aquário
em cada coisa sua.
Dilatam os horários
e os ritos,
com a mesma substância
em que se agitam.
E a esperança se faça
de uma esperança morta.
Ou quase, retomada.
Carlos Nejar
Lindo Vicente!
ResponderExcluirDesde a imagem, ao poema, ao sentimento expressado nele... simplesmente fantástico!
Me fez lembrar uma frase que amo!
"Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tantas vezes enquanto vivem,
são eternos como é a natureza."
(Pablo Neruda)
Um beijo meu querido!
Mônica